29 outubro, 2007

Perdida naquele sorrir

Longe,
sentada na lua,
balançando entre estrelas
De olhos silenciosos,
vendados por um sono tranquilo
O movimento é doce, inconsciente,
guiado por um sentir que não se ouve.
Secretamente procuro os teus braços,
abertos para me aquecerem,
num calor apaixonante...
No olhar o sonho vai passando
As estrelas desvanecem-se,
a lua vai descendo,
Deixa-me escorregar para um novo dia que começa
Deixa-me de herança um sorriso, não meu, não teu, nosso...

26 outubro, 2007

:(

Ás vezes pergunto a mim mesma se a minha vida será sempre assim, sempre que vejo tudo a subir, sempre que ando com Aquele sorriso, sempre que me sinto organizada, sempre que olho em frente e penso "agora sim, tá tudo encaminhado", sempre que me sinto bem e feliz, tem sempre que cair aquele balde de água fria, aquela pedra no caminho que me faz parar e deixar de olhar para mim e olhar apenas para ti, como se invertesse os papéis e fosse eu a olhar por ti... Nestes momentos deixo de ser eu, passo a ser tu, viver em função de ti, tudo para que te sintas bem... Será que um dia vou realmente consegui-lo?! Acho que não... O meu medo? Perder-me, perder-te num desses actos de loucura...

No meio de tudo isto perco-me, desoriento-me, fico sem saber quem sou... Preciso de ser guiada, preciso de me abstrair, sorrir...

24 outubro, 2007

Sem aviso prévio, sem carta registada ou aviso, não viu nem ouviu ameaças, apenas aquele discurso final de quem tinha dezenas de motivos, centenas de razões, como se tudo estivesse à muito previsto, planeado quem sabe, apenas à espera daquela desculpa, forçada no seu entender, sem nexo, sem motivo...
Aquele empurrão surpresa fê-la cair, mas não partir, aquela máscara, personalidade tantas vezes apelidada de arrogante fez com que ela recuperasse de fora para dentro, depressa demais para os que apenas viam o exterior... Mas esses não precisavam de saber a realidade, o que estava a custar, o que magoava, o teatro que foi necessário para não mostrar aquela dor e mágoa associados não ao fim, mas ao motivo, à desconfiança...


... e depois do empurrão o mergulho, de cabeça, sem pára quedas, sem rede de segurança, sem saber o que se seguiria, onde iria parar, de suporte aquele olhar, tanto doce como matador, seguro e tentador, no meio as palavras, meigas, os gestos, loucos, o olhar, apaixonante... E naquela noite o "cubo de gelo" pelo qual um dia foi chamada derreteu, daquele momento recorda o som, deles apenas, um brilho aquoso a reflectir um brilho estrelar, um aroma, dele, a vontade de mergulhar naquelas águas calmas, o medo do incerto... o horizonte, uma felicidade adquirida a cada minuto...

22 outubro, 2007

Desejos!!!

Depois de andar 1 mês a falar no raio do gelado, de quase sonhar com ele, de andar com desejos de gelado eis que apanho uma tremenda desilusão com aquele "já não temos"... Agora quero um destes:



Ou então daqueles que só há em Portimão e Coimbra...

18 outubro, 2007

Nada de tudo

Apetece-me escrever, não sei de quê nem sobre o quê...
Lembrei-me de ti, da Inês que ainda não é Inês (apesar de eu achar que é), do tempo, do meu cansaço, das férias que me apetecia tirar, do fim de semana que se aproxima e que ainda não sei como vai ser, dos chocolates que tenho comido, daquilo que tenho para fazer em casa, daquilo que não tenho tempo para fazer, daquilo que quero dizer...

04 outubro, 2007

1983

Recebi este mail há uns dias e gostei imenso. Provavelmente, já devem conhecer. Mas aqui fica para recordarmos a nossa bela e fantástica infância.

Nascidos antes de 1986.
De acordo com os reguladores e burocratas de hoje, todos nós que nascemos nos anos 60, 70 e princípios de 80, não devíamos ter sobrevivido até hoje, porque as nossas caminhas de bebé eram pintadas com cores bonitas, em tinta à base de chumbo que nós muitas vezes lambíamos e mordíamos.
Não tínhamos frascos de medicamentos com tampas "à prova de crianças", ou fechos nos armários e podíamos brincar com as panelas. Quando andávamos de bicicleta, não usávamos capacetes. Quando éramos pequenos, viajávamos em carros sem cintos e airbags e viajar à frente era um bónus. Bebíamos água da mangueira do jardim e não da garrafa e sabia bem. Comíamos batatas fritas, pão com manteiga e bebíamos gasosa com açúcar, mas nunca engordávamos porque estávamos sempre a brincar lá fora. Partilhávamos garrafas e copos com os amigos e nunca morremos disso. Passávamos horas a fazer carrinhos de rolamentos e depois andávamos a grande velocidade pelo monte abaixo, para só depois nos lembrarmos que esquecemos de montar uns travões. Depois de acabarmos num silvado, aprendíamos. Saíamos de casa de manhã e brincávamos o dia todo, desde que estivéssemos em casa antes de escurecer. Estávamos incontactáveis e ninguém se importava com isso.
Não tínhamos PlayStation, X Box. Nada de 40 canais de televisão, filmes de vídeo, home cinema, telemóveis, computadores, DVD, Chat na Internet. Tínhamos amigos - se os quiséssemos encontrar íamos á rua. Jogávamos ao elástico e à barra e a bola... até doía! Caíamos das árvores, cortávamo-nos, e até partíamos ossos mas sempre sem processos em tribunal. Havia lutas com punhos mas sem sermos processados. Batíamos ás portas de vizinhos e fugíamos e tínhamos mesmo medo de sermos apanhados. Íamos a pé para casa dos amigos. Acreditem ou não íamos a pé para a escola; Não esperávamos que a mamã ou o papá nos levassem. Criávamos jogos com paus e bolas. Se infringíssemos a lei era impensável os nossos pais nos safarem. Eles estavam do lado da lei.
Esta geração produziu os melhores inventores e desenrascados de sempre.
Os últimos 50 anos têm sido uma explosão de inovação e ideias novas.
Tínhamos liberdade, fracasso, sucesso e responsabilidade e aprendemos a lidar com tudo.
És um deles?
Parabéns!

Tivemos a sorte de crescer como verdadeiras crianças, antes dos advogados e governos regularem as nossas vidas, "para nosso bem".

Para todos os outros que não têm idade suficiente pensei que gostassem de ler acerca de nós.
Isto, meus amigos é surpreendentemente medonho... E talvez ponha um sorriso nos vossos lábios.
A maioria dos novos estudantes universitarios nasceram em 1986. Chamam-se jovens. Nunca ouviram "we are the world" e a música "uptown girl" conhecem cantada pelos Westlife e não por Billy Joel. Nunca ouviram falar de Rick Astley, Banarama ou Belinda Carlisle. Para eles sempre houve uma Alemanha e um Vietname. A SIDA sempre existiu. Os CD's sempre existiram. O Michael Jackson sempre foi branco. Para eles o John Travolta sempre foi redondo e não conseguem imaginar que aquele gordo fosse um dia um deus da dança. Acreditam que Missão impossível e Anjos de Charlie são filmes do ano passado. Não conseguem imaginar a vida sem computadores. Não acreditam que houve televisão a preto e branco.

Agora vamos ver se estamos a ficar velhos:
1. Entendes o que está escrito acima e sorris.
2. Precisas de dormir mais depois de uma noitada.
3. Os teus amigos estão casados ou a casar.
4. Surpreende-te ver crianças tão à vontade com computadores.
5. Abanas a cabeça ao ver adolescentes com telemóveis.
6. Lembras-te da Gabriela (a primeira vez).
7. Encontras amigos e falas dos bons velhos tempos.

SIM estou a ficar velha mas tive uma infância fantástica!!!

01 outubro, 2007

Apaixonada. Estás.

Entre a porta da sala, encostada à porta da cozinha.
Acabas por revelar, muito indirectamente, o que há muito te andava a avisar... não se manda nele, não se comanda, não se desliga o botão, não se evita... ou melhor, pode-se evitar durante uns tempos, dar-lhe outros nomes para no intímo não assumirmos o que se passa, mas mais cedo ou mais tarde ele fala mais alto que a razão, a lógica que pensamos querer...
Um cigarro para relaxar, acalmar o cérebro.
Entre janelas.
Não vais admitir nunca, isso iria completamente contra a tua personalidade fria, distante e aversa a romantismos. Mas tal como disseste ontem, e sem saber estavas-me a dar razão, nós adaptamo-nos, somos mais flexiveis e surpreendemo-nos a nós mesmas com atitutes e palavras que julgávamos nunca ser capazes de fazer ou dizer...
Entre linhas.
Tentaste virar a conversa, fugir para não admitir... não era o admitir perante mim, tu sabes que eu sei, acho que soube primeiro que tu, era não admitir para ti mesma... Admitir que te adaptaste, admitir que gostas do que sentes, gostas do diferente, do novo, da emoção, da loucura, do pseudo que não é pseudo, e sentes falta quando não está, deixou de ser vício para ser desejo, vontade de estar, de ter... a isso eu chamo paixão, e apaixonada? estás sim senhora...

Ilumina-me...


Gosto de ti como quem gosta do sábado,
Gosto de ti como quem abraça o fogo,
Gosto de ti como quem vence o espaço,
Como quem abre o regaço,
Como quem salta o vazio,
Um barco aporta no rio,
Um homem morre no esforço,
Sete colinas no dorso
E uma cidade p’ra mim.

Gosto de ti como quem mata o degredo,
Gosto de ti como quem finta o futuro,
Gosto de ti como quem diz não ter medo,
Como quem mente em segredo,
Como quem baila na estrada,
Vestido feito de nada,
As mãos fartas do corpo,
Um beijo louco no porto
E uma cidade p’ra ti.

Enquanto não há amanhã,
Ilumina-me, Ilumina-me.
Enquanto não há amanhã,
Ilumina-me, Ilumina-me.

Gosto de ti como uma estrela no dia,
Gosto de ti quando uma nuvem começa,
Gosto de ti quando o teu corpo pedia,
Quando nas mãos me ardia,
Como silêncio na guerra,
Beijos de luz e de terra,
E num passado imperfeito,
Um fogo farto no peito
E um mundo longe de nós.

Enquanto não há amanhã,
Ilumina-me, Ilumina-me.
Enquanto não há amanhã,
Ilumina-me, Ilumina-me.


Pedro Abrunhosa


Porque gosto da música, porque me diz muito, porque isto, porque aquilo, porque tudo... e depois do tudo o que se segue???

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