24 outubro, 2007

Sem aviso prévio, sem carta registada ou aviso, não viu nem ouviu ameaças, apenas aquele discurso final de quem tinha dezenas de motivos, centenas de razões, como se tudo estivesse à muito previsto, planeado quem sabe, apenas à espera daquela desculpa, forçada no seu entender, sem nexo, sem motivo...
Aquele empurrão surpresa fê-la cair, mas não partir, aquela máscara, personalidade tantas vezes apelidada de arrogante fez com que ela recuperasse de fora para dentro, depressa demais para os que apenas viam o exterior... Mas esses não precisavam de saber a realidade, o que estava a custar, o que magoava, o teatro que foi necessário para não mostrar aquela dor e mágoa associados não ao fim, mas ao motivo, à desconfiança...


... e depois do empurrão o mergulho, de cabeça, sem pára quedas, sem rede de segurança, sem saber o que se seguiria, onde iria parar, de suporte aquele olhar, tanto doce como matador, seguro e tentador, no meio as palavras, meigas, os gestos, loucos, o olhar, apaixonante... E naquela noite o "cubo de gelo" pelo qual um dia foi chamada derreteu, daquele momento recorda o som, deles apenas, um brilho aquoso a reflectir um brilho estrelar, um aroma, dele, a vontade de mergulhar naquelas águas calmas, o medo do incerto... o horizonte, uma felicidade adquirida a cada minuto...

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